De maneira jocosa e reflexiva pego carona nas ideias de meu amigo e mestre Eduardo para expor meu pensamento sobre como é o processo de santidade ou simplemente: como ser santo?

Mas a troca não é direta. Há os intermediários, santos e santas que acabam virando uma espécie de operadores do telemarketing celeste, encarregados de encaminhar e agilizar os serviços divinos de cura, socorro, auxílio financeiro, busca de amores e empregos perdidos e outras necessidades.
Em tempos de crise, valei-nos Santa Edwiges, padroeira dos endividados. E não é por acaso que dois dos santos mais populares no Brasil sejam São Judas Tadeu e Santo Expedito. É que as pessoas querem solução para suas causas impossíveis, e rápido!!! Este ano, atleticanos e cruzeirenses estão entre seus maiores devotos...
Apesar da minha visão crítica, respeito a religiosidade popular. Ela me fala, primeiro, da busca, do desejo de intimidade com o Sagrado. Compartilhar com Deus as coisas miúdas do dia a dia. Senti-Lo companheiro. Afinal, o Deus em que creio não é um comerciante atrás de um balcão, nem um SAMU ao qual recorro em caso de urgência. O Deus em que creio, revelado em Jesus Cristo, “está no meio de nós”
Esse Deus santificou a história humana quando se fez carne e habitou entre nós. Tudo, em mim e à minha volta, tornou-se altar. E no altar do dia a dia, santos e santas somos todos nós, tão humanos, tão divinos. Pois não somos imagem e semelhança do Deus que nos criou?
Por isso, rezo, todos os dias, com os santos que me rodeiam e caminham comigo, construindo com nossas frágeis mãos humanas o Reino que já está entre nós.
Valei-me São Tião, São Leandro e São Tarcísio, porteiros. Ensinem-me a abrir as portas do meu coração para o novo, para o sempre.
Valei-me São Betão, São Jabá, São Michel, São Ricardo,santos do altar mais numeroso do meu coração, entre tantos outros santos e santas, cuja graça maior é o compartilhar da amizade, amenizando dores, multiplicando alegrias, semeando utopias..
Valei-me Santa Tutu, que de tanto carinho e ternura, do fogão ao afago, não deve ter sido filha, já deve ter nascido mãe.
Valei-me São Daniel, São Thiago, São Lucas, que fizeram nascer em mim o pai que sou, o pai que tento ser. Com vocês aprendi a rimar amor e dor, e celebrar, todos os dias, essa coisa chamada esperança.
Valei-me meu santo aluno, minha santa aluna, que me possibilitam essa coisa parecida com eternidade, que é viver, a cada fevereiro, uma nova juventude.
Valham-me todos os santos, companheiros anônimos, desconhecidos, com os quais esbarro nas ruas, cruzo no elevador, no trânsito, nos corredores, nas escadas e esquinas da vida.
Tragam-me a graça do amor simples, da fé com as mãos, da esperança sem alienação.
Amém!
E você, a que santos quer recorrer, que graças quer alcançar?
Eduardo Machado
01 de novembro de 2011
01 de novembro de 2011
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